Ontem estava numa sessão nostalgia assistindo ao "nihon mukashi banashi" (histórias antigas do Japão), um desenho que passa na tv desde antes da minha infância (descobri: Janeiro de 1975), com traços variados a cada capítulo, mas em geral bem caricaturizados, simples e com bastante toque da tradição japonesa de pintura (como o sumi-ê). O legal é que sua narração, abertura e música temas não mudaram até o último episódio (que foi finalizado bem recentemente) e tem muitos adultos japoneses que até hoje gostam desse anime.
Muitas histórias são tão curtas que não chegam a dizer nada, mas entre uma delas, teve uma que chamou a minha atenção, porque tem um elemento legal para um shôjo. É a história de um rapaz que ajuda uma velha com sua neta doente e passa a frequentá-las, até que sua afeição pela neta vai aumentando. O engraçado é que elas moram nos fundos de um templo, numa fenda de uma rocha, então ele acha que elas são mendigas. No final, elas acabam confessando não terem o intuito de enganá-lo, mas que eram raposas daquele templo e nunca mais iriam vê-lo. Ele nunca mais retorna a vê-las, apesar de realmente querer a moça mesmo assim, pois a fenda some para sempre. É a típica história que rende boa adaptação como foi "kaguya-hime" ou "tennyo no hagoromo".
De qualquer forma, é uma ótima sessão nostalgia, era um de meus desenhos prediletos da infância. E claro, pra quem quer conhecer mais coisas bem folclóricas japonesas, acho que não teve uma história do Japão antigo que não tenha passado por essa série. Aproveitando o tema, mais um marcante que lida com folclore japonês e imperdível é "GueGueGue no Kitarou"(infelizmente não consegui abrir as versões mais antigas), do mestre das assombrações japonesas, Mizuki Shigueru. Ele também foi responsável por uma "enciclopédia" de monstros e fantasmas japoneses. E linkando à mangás antigos de monstros, nostálgico para mim é Kaibutsukun, provavelmente estava na coleção dos primeiros mangás lidos de minha vida. Incrível como o youtube nos permite achar tantas raridades que era pra tar só na memória minha ou de outro, mas raridades de qualquer forma.
domingo, 28 de outubro de 2007
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